sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fusca 2013

O FUSCÃO VOLTOU 

Espartano a ponto de parecer um carro básico encontrado em lojas do Brasil (leia "pelado" se quiser, embora não haja comparação em termos de materiais e segurança embarcada), o Up! pode ser configurado ao gosto do cliente e ficar mais recheadinho. Essa multiplicidade vai permitir ao Up! ser o primeiro carro de muita gente por aí, assim como ocorreu com o Fusca no passado, graças ao preço inicial baixo (menos de 9 mil euros no Velho Continente).

Mas ele não tem cara de Fusca. Só outro Fusca poderia ter. Essa herança fica com o Beetle 21st Century, nova geração do New Beetle, que por sua vez era a releitura cult e feminina feita em 1997 do "besouro" original, criado em 1940 e perpetuado por décadas. O problema do New Beetle estava justamente em tentar sofisticar algo que deveria ser simples por natureza. O renovado Beetle volta às origens para agradar aos fãs: nada de vasinho para flores junto ao volante.

ADESIVO NELE!

Eugênio Augusto Brito/UOL
 

Na imagem, página especial do Beetle na internet, que já permite a escolha de acessórios, faixas e até emblemas, todos típicos do velho Fusca e adaptados ao mundo atual

O visual não é tão arredondado, tem um certo achatamento que o deixa mais dinâmico, como todo dono de Fusca acha que seu carro é. Esquece o atual painel padrão da Volks, que todo carro do Gol ao alemão Passat têm. O Beetle exibe uma atualização do painel antigo dos "fuquetas", com mostradores dentro de um semicírculo, rádio quadradinho ao centro e porta-luvas com cantos arredondados. Só faltou ter a alça para mãos sobre o painel -- aquela que todos no Brasil conhecem pelo apelido "PQP" por ser utilizada quando alguma coisa está errada com o motorista -- mas ela é bem substituída pelos airbags. Dono de Fusca gosta de som? Este pode ter o sistema da Fender, a fabricante de guitarras. Gosta de rodas? Há várias, com aros que vão do 16 ao 20. Gosta de banco diferente? Tem também, e são baixos como o do "chusca". Gosta de meter a mão no motor? Agora são três opções a gasolina -- 1,2 litro de 105 cv, 1,6 l de 160 cv e 2 litros de 200 cv (essa a mais cotada para o Brasil) -- e uma de 1,4 litro a diesel com 105 cv, todas com turbo e injeção direta de combustível. Sim, você ouviu turbo e o Beetle mostra a reação do motor em relógios sobre o painel. Só faltou o adesivo "Nem me viu", né? Faltou, mas se quiser pode colocar um adesivo oficial da Volks com o nome "Fusca", que já fica legal. O Beetle deve chegar em breve ao país, via México, sem pressão do novo IPI para importados.  

Volkswagen retoma nome Fusca para novo Beetle, com Neymar ao volante( e daí?!)

Eugênio Augusto Brito
Do UOL, em São Paulo (SP)

Fusca do século 21 estreia de fato no Salão de São Paulo; vendas começam em novembro

Fusca do século 21 estreia de fato no Salão de São Paulo; vendas começam em novembro
Com um elenco de celebridades dos níveis A e B capitaneadas pelo jogador de futebol Neymar, a Volkswagen do Brasil apresentou na noite desta segunda-feira (24), em São Paulo (SP), a nova geração do Beetle. Beetle, não: Fusca. Com nome clássico, mas estilo e equipamentos contemporâneos, o novo carro será lançado de fato durante o Salão do Automóvel de São Paulo, no final de outubro, chegando às lojas no começo de novembro.

DRIBLE E GOL

Eugênio Augusto Brito/UOL
Neymar, garoto-propaganda da Volks, participou do lançamento do Fusca. E fez das suas: ligeiro como nos gramados, pediu um carro. E ganhou.
O preço ainda não está definido, mas o novo Fusca -- que será importado do México (onde custa o equivalente a R$ 52.500 na configuração que vem ao Brasil), dentro da cota que permite a chegada sem o ônus do IPI elevado pago por importados de outras partes do mundo -- receberá o rótulo de modelo "premium", ao lado de Jetta TSI (com quem divide plataforma, motor 2.0 a gasolina com turbo e 200 cavalos de potência e câmbio DSG de dupla embreagem e seis marchas), Tiguan, Passat e Touareg. Assim, é certo que custará mais que os R$ 50 mil pedidos pelo agora velho New Beetle. Para comparar, o Jetta topo da gama citado acima custa R$ 83.500 aqui (e o equivalente a R$ 54 mil por lá).
De início, haverá apenas uma configuração, a Sport, com rodas de 17 polegadas, teto solar elétrico panorâmico, spoilers, 15 LEDs em cada um dos faróis, interior bicolor e sistema de som especial (ainda não está se confirmado se haverá a opção de levar para casa o equipamento de alta definição que leva o nome da marca de guitarras Fender). Com este pacote, 4,27 metros de comprimento, 2,53 m de entre-eixos e tendo como rivais modelos chique/descolados, como Citroën DS3 (R$ 82.200), Audi A1 (de R$ 95 mil a R$ 115 mil) e Mini Cooper (de R$ 127.500 a R$ 140 mil), podemos apontar um patamar que vai de R$ 80 mil a R$ 100 mil para o preço do Fusca.

O FUSCA É ISSO




Eugênio Augusto Brito/UOL

Acima, a confirmação do nome Fusca para o modelo que chega às lojas em novembro. Abaixo, rodas de 17 polegadas calçadas com pneus 215/55. Linhas do novo Fusca ficaram menos abauladas, dando esportividade e garantindo a ligação com o modelo histórico
Eugênio Augusto Brito/UOL

NOME DE PESO

 Revelada ao mundo nos salões de Pequim e Frankfurt de 2011, a nova geração do modelo abandonou as linhas mais femininas do New Beetle (de 1998) e retomou o estilo masculino e jovem do modelo original. A releitura inclui até a adoção do apelido original, nos mercados em que a Volks achar relevante. Durante o salão alemão, UOL Carros viu a linha de adesivos e itens de personalização para o carro e apontou a possibilidade do retorno do nome histórico no Brasil
, cravado agora pelo Volks local pela força da franquia "Fusca".
O primeiro Fusca fez a fama (e o nome) da Volkswagen e vendeu mais de 21 milhões de unidades até ser aposentado mundialmente em 2003. No Brasil, onde foi o primeiro carro de muita gente e ganhou fama de popular e versátil, foram 3 milhões de unidades vendidas até a aposentadoria em 1996. O novo muda totalmente para ser descolado, potente e, fatalmente, caro. A diferença é tanta que manter o nome campeão não foi fácil.
  • Fontes ligadas à marca informam que, apesar de tamanha força, o nome Fusca não foi uma escolha unânime dentro da montadora. Uma corrente preferia a manutenção do internacional Beetle, consolidado pelo cenário mundial e pela proximidade com a última geração, muito mais luxuosa e requintada que o modelo original. A chance de fazer reviver o ciclo de um produto-mito, que ainda hoje atrai fãs de norte a sul do país e pode ser facilmente capitalizado, falou mais alto e o Fusca renasceu.