quarta-feira, 27 de julho de 2011

cuidando da ferrugem

Um dos maiores problemas que os donos de carros antigos encontra é a ferrugem. A menos que você tenha um carro que tenha sido restaurado do zero qualquer carro com 30 anos está propenso a ter alguma ferrugem. Enquanto substituir algumas peças mecânicas é uma medida simples e de custo baixo reparos maiores na carroceria podem ser difíceis e caros.

A boa notícia é que se o seu carro está em bom estado (geral) de carroceria arrumar ou prevenir a ferrugem para que esta não se espalhe pode ser feita sem muito custo. Aí vem a pergunta: Onde eu devo olhar para encontrar ferrugem?
Como em qualquer outro carro os Fuscas apresentam ferrugem em áreas onde a água não consegue ser drenada. Borrachas de janela velhas podem provocar acúmulo de água no assoalho, e furos de drenagem bloqueados embaixo das portas podem deixar água parada e consequentemente enferrujá-las.

O primeiro passo então é levantar os tapetes e inspecionar o assoalho quanto a ferrugens ou furos, eu particularmente gosto de colocar o carro em um local escuro e com uma lâmpada forte acesa embaixo do carro procurar por furos ou rachaduras, uma vez que aí a luz deve passar. O segundo passo é olhar os furos de drenagem embaixo das portas e verificar se eles estão abertos.

Ferrugem no assoalho, caixas de ar, pés de coluna e lados inferiores das portas devem ser tratados com seriedade (mas nada que não possa ser corrigido com um pouco de trabalho).

Do lado de fora da carroceria a ferrugem aparece primeiramente como pequenas bolhas embaixo da pintura em áreas onde a água não conseguiu ser drenada, como nas fotos abaixo.




Quais as minhas opções?

Apesar de ferrugem ser um problema sério e requerer a ajuda profissional, pequenos problemas podem ser tratados pelo proprietário do carro e existem três formas para lidar com isso:
- prevenção
- conversão da área enferrujada ou
- troca da área afetada ou por novas peças ou por solda de chapa.

Uma medida preventiva que é facil de se fazer em casa e ajudará muito é engraxar ou jogar óleo em algumas partes embaixo da carroceria e dentro das portas, pés de coluna e caixas de ar (geralmente se utiliza um spray para espalhar melhor o produto). O óleo tem que ser bastante fino para conseguir atingir todos os lugares.

Conversão de ferrugem envolve um processo de parada ou redução do processo através de uma ação química sobre as áreas de metal, modificando-o para um composto mais estável. O ingrediente primário dos convertedores geralmente age na transformação de ferrugem em fosfato de ferro. Uma vantagem deste método é que a ferrugem não necessita ser completamente removida para o convertedor funcionar. Esta é uma opção excelente para áreas grandes como o assoalho quando não estejam muito enferrujados.

Para preparar áreas para o convertedor basta simplesmente remover a ferrugem mais grossa de cima do metal, utilizando uma escova grossa de metal e certificar-se que a área não tenha graxa ou óleo. O convertedor pode então ser aplicado com segurança.

No caso de problemas mais sérios como uma ferrugem já avançada a troca da peça é a melhor solução. Isso pode envolver o corte da área afetada pela ferrugem e a solda de uma nova chapa de metal ou a troca completa da peça.

c0isas para se ver quando comprar um fusca!





- Verifique o pé de coluna quanto a pontos de ferrugem (o pé de coluna é o canto inferior das portas no lado da coluna).

- Passe as mãos embaixo das portas e verifique se lá não existem pontos de ferrugem.

- Olhe embaixo do carro quanto a pontos de ferrugem na estrutura do carro, as vezes a estrutura por si só invalida a compra do carro. Lembre-se: Fusca é 70% chassi e 30% carcaça.

- O Fusca original possui uma espécie de isolamento acústico colado no assoalho, se o Fusca que voce busca não possuir essa manta de borracha é provável que o assoalho tenha sido trocado.


- Olhe embaixo dos tapetes se há alguma mangueira de passando por ali. Geralmente há uma mangueira com a fiação que vai para o cofre do motor, mas uma segunda mangueira pode evidenciar que a linha de combustível foi refeita por dentro do carro.

- Num Fusca bom as portas devem bater de maneira suave, sem fazer muita força contra o carro.

- As marcas da Volkswagen devem existir em todos os vidros e as borrachas de vidro devem conter o friso de alumínio.

- Verifique cantos de janela, principalmente embaixo das borrachas se há marcas de ferrugem.

- Abra o capô e remova o estepe. Não devem haver marcas de solda ou ferrugem na caixa de estepe.

- Verifique a plaqueta de identificação, principalmente o número do chassi quanto a remarcações. O número deve bater com aquele que fica embaixo do banco traseiro, no túnel.

- O tanque de combustível nao deve ter marcas de ferrugem.

- Entre no carro, ligue as luzes, ligue o limpador de para-brisa, pisca-alerta (se houver) e dê seta e luz alta.

- O carpete que cobre o Fusca original possui um entrelaçado natural por baixo (algo parecido com uma fibra natural). Além disso, o carpete original é de tom cinza escuro, quase preto.

- Procure por eventuais reparos com fibra de vidro, é muito comum o reparo das caixas de ar (canto inferior interno das portas) com fibra.

- Ligue o carro, verifique se há queima de óleo. É normal o Fusca queimar algum óleo na partida, mas depois de alguns segundos esta queima deve cessar.

- Olhe se a fiação dentro do cofre do motor está ok e se não há marcas de derretimento ou curto. Olhe também a fiação na frente.

- Lembre-se: O Fusca original (exceto os últimos modelos) possui dínamo e não alternador.

- O carburador não deve apresentar vazamentos de combustível.

- Retire os cabos de vela e veja se o motor possui tucho em algum dos cilindros (o contato da vela estará mais alta que o normal).

- Olhe embaixo do motor e verifique se não há coifas de câmbio rasgadas ou com vazamento (coifas são as borrachas que envolvem a ponta do eixo que sai do cambio em direção as rodas traseiras).

- Veja se não há vazamentos no eixo piloto do motor (peça para um mecânico ajudar).

- Verifique se há folga no volante virando, com o carro parado, a direção até que a roda comece a se deslocar para ambos os lados.

- Olhe atentamente o número do motor e consulte a tabela de códigos de motor no link a seguir:
http://www.fuscaclube.com.br/motores.htm

A numeração do motor não deve obrigatoriamente bater com o número do chassi, porém o código de motor (com 2 letras) deve bater com a tabela de motores. A numeração deve ainda estar intacta, sem apresentar raspados, sinais de lixa ou “tipos de letra” diferentes na mesma inscrição.

- Verifique borrachas de vedação de portas e tampas.
As dicas acima são um resumo do Fusca perfeito, mas vale lembrar que um carro como este as vezes vale a pena ser restaurado, portanto mesmo se o Fusca que você quiser comprar não apresentar todas estas condições pense bem e avalie se o investimento vale a pena.
Um Fusca de R$ 2500 com um investimento de mais R$ 3000 por exemplo não significa que você vai conseguir vender por R$ 5500.


c0isas para se ver quando comprar um fusca 2:

Escolher um Fusca, assim como qualquer outro carro usado, não é tão fácil quanto parece.
O Fusca em especial não acompanha tabela de preços, como se diz por ai, fusca não é ano, é estado. E na prática é o que veremos. Primeiro você tem que saber o que você quer comprar: um carro original, pouco rodado, um carro mexido, um carro pra restaurar... cada caso é um caso. Como você disse que quer um carro pra uso diário, você vai prestar atenção logo de cara na mecânica.
Dê uma volta com o carro, exija um pouco dele, veja se ele responde tanto para andar quanto para parar. Veja se a direção é segura, se o carro não faz muito barulho de coisa solta. Se você não puder avaliar o estado do carro em detalhes, leve a algum mecânico de confiança. Veja a parte elétrica, se está muito mexida, com emendas de fios, fios soltos ou descascados. Veja se o chicote que vai pra parte de trás está bom, bem como, o funcionamento da chave de setas, luzes, tudo.
Uma geral na lataria é essencial. Procure por ondulações, que podem significar massa ou amassados. Veja se as portas fecham direito, sem fazer força, e se ficam alinhadas com o resto do carro. Veja a frente, se está alinhada, com a curva do capô e a carroceria iguais. Idem para tampa do motor e saia.
Veja embaixo, se o assoalho não está muito amassado ou ralado. Veja perto da suspensão dianteira se não tem trincas ou marcas de solda. Essas coisas indicam que o carro já foi rebaixado e sofreu maus tratos.
Um teste para saber se existe massa na lata: arrume um imã pequeno, e vá até onde você desconfia que tenha massa e coloque o imã na lata: se ficar grudado tem muito pouca ou não tem massa. Se cair, bingo! você achou uma "pizza". Desconfie de carros recém-pintados. Você pode ter surpresas, caso alguém tenha pintado o carro em cima da ferrugem, pra vender.
Olhe o numero do chassi, se não tem nada de estanho nele ou ao redor dele. Esse número fica no túnel do carro, ao lado da bateria, que fica embaixo do banco de trás. Quanto à documentação, nem precisa falar. Todo cuidado é pouco.
Pontos críticos na lata do Fusca, onde enferruja mais:
  • Embaixo das portas e nas caixas de ar.
  • Nos assoalhos e emendas assoalho/túnel
  • No capô, na dobra dele onde encosta com a carroceria.
  • Caixa de estepe (quase sempre fatal)
  • Portas, na calha interna do quebra vento (costumam apodrecer até sumir).
  • Chapéu de Napoleão
  • Furos dos grampos dos frisos (é por ai que entra água e tudo começa)
Motor:
  • Ver folgas na polia do virabrequim
  • Polia do dínamo/alternador torta e com folga
  • Cabeçotes soltos
  • Vazamento de óleo na carcaça, embaixo.
  • Válvulas desreguladas
O resto no motor não é crítico. Faça um teste de compressão no motor, com o carro desligado, engate a segunda e solte os freios. O carro deve ficar parado, se andar é sinal de que vaza compressão nos cilindros, o que pode ser fácil de arrumar ou não (um mecânico pode te falar isso).
Suspensão/direção (pontos críticos):
  • Folgas nos rolamentos das rodas da frente
  • Folgas no pivô (suspensão dianteira
  • Folga excessiva na caixa de direção
  • Suspensão traseira ruim, o carro fica mais baixo em um lado do que do outro, ou a traseira muito mais baixa que a dianteira.
Com essas coisas a serem vistas, sua segurança e diversão com seu Fusca estarão garantidas. Mesmo se gostar do carro, se tiver alguma dúvida, não compre. Os reparos em um Fusca são fáceis e baratos, se comparados com outros carros. Na emergência, qualquer um consegue dar um jeitinho e ir pra casa.


ESCOLHENDO UM BOM FUSCA 3
Bom, os fuscas pré-1970 estão valorizando a cada dia. Eu recomendo procurar bastante e ter o mínimo de pressa possível. Procure comprar de particulares e de preferência um que não tenha descaracterização grave (como furos pela lataria, etc..). Eu também acho bom procurar por carros que já tenham os itens raros originais, como bancos, volantes, espelhos, setas, borrachas dos vidros, vidros, pára-choques, etc.. Mesmo que o estofamento esteja meio ruinzinho é melhor recuperar um original que tentar encontrar um inteiro! Motor e suspensão, qualquer mecânico faz e materiais ainda não faltam. Funilaria é bom fazer uma inspeção minuciosa antes da compra para não ter surpresas desagradáveis.
Você encontra fuscas em bom estado para recuperar por preços que variam entre R$ 3500,00 a R$ 5000,00, claro que o investimento nos primeiros deve ser maior. Eu vi um, semanas atrás por R$ 3800,00 que estava no ponto para recuperação. A pintura estava gasta, mas era original e não tinha ferrugens e o motor estava meio cansado. Um colecionador já levou! Às vezes aparecem fuscas por menos de R$ 3000,00, já vi bons por R$ 2500,00. É ficar atento e como disse, sem pressa.
Agora para deixá-lo original e funcionando redondo você pode gastar até uns R$ 3000,00 se tiver que fazer funilaria (nada muito sério), motor e suspensão. Eu recomendo fazer motor primeiro, funilaria e depois a suspensão, mas isso é gosto pessoal. Também é bom pagar uma etapa antes de passar para a próxima para evitar apertados financeiros!

Dicas que valem para qualquer compra de item de coleção:
1. Deixe o maior numero possível de amigos sabendo que você está afim de um fusca antigo. Um desses amigos pode encontrar sua raridade.

2. Em geral, não deixe o vendedor saber que você é um colecionador, porque senão o preço inflaciona e o interesse da venda diminui. Mas no caso de uma pergunta objetiva, não minta. Apenas não chegue falando "Sou colecionador de fuscas e o senhor tem uma raridade...", às vezes alguns vendedores particulares ficam felizes em saber que seus carros farão parte de uma coleção.

3. Não deprecie o produto, mas também não valorize mais do que deve. Seja sincero quanto às vantagens e desvantagens do produto. Se tiver coisas a fazer, mostre e negocie o valor. Algumas pessoas acham que desvalorizando o produto você vai fazer melhor negocio. Isso pode até funcionar em caso de lavadoura-de-roupas, mas em caso de fuscas, isso não se mostra nada pratico. Quem está vendendo (em se tratando de particulares) tem um carinho pelo fusca, tem historias nele e quer que alguém que cuide bem dele o leve. Então se possível, ouça as historias do carro e prometa cuidar bem dele - A propósito a maior parte das historias valem a pena ser ouvidas!

4. Quase 90% das pessoas que estão vendendo alguma coisa, colocam o valor acima do realmente esperado, então tente descobrir este valor e faça contra-ofertas. Eu em geral procuro não baixar o preço e esticar o prazo. Isso em geral faz o preço cair naturalmente (Ao invés de pagar R$ 3000,00 a vista, ofereço 2x R$ 1500,00 em geral à contra-oferta é de R$ 2500 a vista)

5. Se for comprar em estacionamento, vale lembrar que você compra um carro a cada 3 ou 4 anos, mas o vendedor vende carros todos os dias. Então todo cuidado é pouco. Neste caso é importante não dizer que você é colecionador mesmo sob tortura e não se mostre muito empolgado com o produto - Senão a pressão para você comprar pelo maior preço aumenta significativamente (em geral as historias de que você quer comprar um carrinho barato para sua filha/irmã/esposa colam que é uma beleza). Leve para avaliação mecânica e de funilaria rigorosa e é bom ver a documentação com cuidado também.

6. Não tenha pressa. Pense bastante, avalie bastante que o fusca vem!

7. Cuidado para carros que tiveram as borrachas trocadas recentemente porque estão colocando a borracha do modelo Itamar que não tem moldura de alumínio e fica uma aberração.

8. Lembre-se que um fusca que custou R$ 3000,00 e você gastou R$ 3000,00 para recuperá-lo nunca vai custar R$ 6000,00. Não pense em revenda. Apesar de ocorrer, não tenha isso como objetivo senão você pira!

9. Importantíssimo: Verifique se o motor é mesmo o de fabrica (numeração). Pelo que me consta se a numeração do motor não bater com o do chassi é esquecer a placa preta para sempre (alguém confirme ou não essa informação).


COLECIONAR?
28 de Julho de 2004 - Um mundo de coisas, sem limites tampouco fronteiras, do saco plástico de supermercado até Rolls-Royce... Um exemplo deste mundo são os colecionadores de automóveis antigos, eu sou um deles. Talvez um tipo particular, pois não tenho dezenas de carros e talvez, por isto mesmo, eu me denominar colecionador seja um tipo de licença poética.
Há poesia no ato de colecionar? Talvez, mas o que leva alguém a se tornar um colecionador é algo intrigante que tem um sem número de possíveis causas. Até psicólogos debatem sobre os motivadores que induzem ao ato de colecionar. Vistos "do lado de fora" os colecionadores podem até ser classificados de verdadeiros malucos. Pessoas que se entregam ao ato de colecionar de uma maneira inexplicável para quem não foi infeccionado por este "mal", que, ao que tudo indica, também é contagioso.
Do lado de dentro, no íntimo de um colecionador há um turbilhão de emoções bastante capazes para atos de bravura e de loucura.
Quando eu estava procurando peças para uma reforma em meu Fusca, que ainda não tinha data para começar ocorreu um fato que pode exemplificar este estado de espírito. Depois deste relato quem sabe vocês poderão chegar a uma conclusão própria.

A busca era por uma peça do sistema de torneira de reserva de gasolina do Fusca 1955, que não tem marcador de combustível. A torneira, quando deixada na posição correta reserva cinco litros de combustível que, via de regra, permitem chegar até um posto de gasolina próximo. Avisei em casa que ia até a avenida do Cursinho - no bairro do Ipiranga, em São Paulo-, e isto despertou a curiosidade de minha esposa. Era sábado pela manhã e ela se prontificou a me acompanhar.

Expliquei que não seria um passeio necessariamente agradável, mas os meus avisos não foram suficientes para demovê-la.
Lá fomos nós, a procura levou quatro horas, no final das quais ela disse: "Eu confesso não ter explicação para o que presenciei. Você contou a mesma história mais de trinta vezes.

Agüentou gozação, gente dizendo que tinha a peça, mas não venderia para você, ouvindo histórias de pessoas que não se conformam por ter vendido seus Fuscas. Você só descansou quando uma boa alma decidiu vender a peça, que, aliás, ficará escondida em baixo do carro e só você irá saber que ela está lá. Eu não posso definir qual é o motivador que leva uma pessoa como você, com a sua formação e vivência a este tipo de atitude".
Aí surgem as possíveis explicações. Talvez seja a vontade de ter algo que seja o mais perfeito possível, o mais próximo do original, o mais... Será que a razão é a busca do tal de "o mais"? Isto parece um caso agudo de perfeccionismo mórbido.
Bem, mas o meu carro já faz parte da família, está conosco desde 1970, apesar de ter sido fabricado em 1955. Já é um caso de amor, será? Gostar de um carro é uma coisa saudável? E os colecionadores que gostam de sua coleção de "saquinhos de enjôo de aviões", são igualmente sãos?
Acho que está surgindo mais um fator: ao lado do perfeccionismo pode existir uma leve e gostosa mania. Dizem que mania é coisa de gente que tem um parafuso solto. Acho bom não voltar a falar de parafuso, que aquele deu um trabalhão para encontrar.
Na enorme tribo dos colecionadores existem os do tipo "enrustido" que colecionam para si e de uma maneira egoísta não dividem a sua coleção com ninguém. São do tipo introspectivo. Por outro lado existem outros que colecionam para se diferenciar dos demais. Mostram o que têm e fazem questão de ter objetos absolutamente impecáveis, ou, ao menos, melhores do que os de sua "concorrência".
Acho que os pacientes do que sofrem do desafiador mal da coleção devem ser analisados caso a caso, pois esta fauna é muito diversificada e existem aves raras de todos os tipos.
O importante nisto tudo é que graças a estes malucos-beleza estamos mantendo vários objetos que são importantes para a preservação de nossa história e que suprem, no caso de nosso querido Brasil, a falta de museus e de entidades que se dediquem, de uma maneira organizada, ao preservacionismo. Neste contexto, eu lembro que não há nem em São Bernardo do Campo, a pátria do carro brasileiro, tampouco em São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, um museu público do Automóvel.
Lembro-me da romântica iniciativa da qual participei ativamente, quando colecionadores de São Paulo descobriram o Tendal da Lapa, então abandonado, e fizeram um mutirão para limpá-lo com vistas a fundar o Museu do Automóvel de São Paulo. O então prefeito Jânio Quadros estava favorável à idéia, mas seu mandato estava por terminar e sua sucessora Luiza Erundina, então PT, nos enxotou de lá sem mais nem menos...
É por isto mesmo que eu digo, talvez sem a necessária isenção, mas com muita convicção: "Salve os colecionadores e suas manias! Salve as horas de estudos e pesquisas. Salve os investimentos que às vezes parecem injustificados, mas que permitem que as metas sejam atingidas!"
Exorto a você para que, mesmo não entendendo os motivos de um colecionador, ajude a este pessoal quando puder, pois assim certamente todos estaremos preservando algo para o futuro.
(Gazeta Mercantil/Carro - Pág. 4) (Alexander Gromow - Alexander Gromow é escritor dos livros da série Eu Amo Fusca, engenheiro eletrotécnico, consultor e historiador).

fusca de 4 portas!



No início de sua produção, em m1969, o VW 1600 ganhou o apelido de “Fusca de 4 Portas”, embora o modelo nada tenha a ver com o velho Fusca em termos de design. Hoje esse apelido caiu em desuso e o carro é conhecido agora como “Zé do Caixão”.
Adepto de carros “diferentes”, o colecionador carioca Paulo Panchorra, deu a seguinte incumbência a seu restaurador, Milton Ciola, de Pirassununga, SP: transformar um Fusca 1966 num exemplar de 4 portas, mantendo a aparência o mais original possível. Ciola aceitou o desafio e o resultado ficou excelente. Sem precisar “esticar” o Fusca, foi possível criar duas portas extras, dando a impressão de que o carro saiu assim de fábrica. O segredo foi mover para frente a coluna B, diminuindo um pouco as portas dianteiras e abrindo mais espaço para a instalação das traseiras. Foram usadas duas portas dianteiras originais para isso. Assim, as portas extras mantêm a aparência original, com fechadura, maçanetas, vincos, dobradiças externas, etc...
Essa história pode ser conhecida em detalhes no site da revista Street Custons, na reportagem de Anderson Nunes, com fotos de Marcello Garcia.

Mas não é a primeira vez que se adapta duas portas extras ao Fusca. No início dos anos 1950, na Alemanha, a “encarroçadora” Rometsch traformava VWs de série em veículos de 4 portas, para uso como táxis. Só que neste caso, os carros eram “esticados” em cerca de 20 centímetros, para dar mais conforto aos passageiros do banco traseiro. Além disso, as portas extras abriam ao estilo “suicida”.